O mês do primeiro beijo

Hoje eu quase achei que você não gostasse mais de mim, porque na verdade eu não me gostei por algum tempo, tempo inestimável. Há um mês atrás nossos olhares se cruzaram e ali eu senti que o beijo seria a consequência inevitável.Já passava das nove da noite, a rua era escura, a porta enferrujada pelo tempo, alguns sons vindo de dentro do salão e então seu sorriso me intimidou por alguns segundos milagrosos. dito e feito, lá estávamos nós, com os lábios colados e por desejo ou magnetismo, logo o corpo todo, em fusão. Era paixão, meu amor, era paixão comprimida em partículas ainda não descobertas. Hoje sinto-me jogada aos ventos de qualquer lugar quando estou com você, me sinto cativa ao teu olhar e livre demais por não saber quais caminhos seus pés querem perseguir, mas de que adiantaria toda a certeza do mundo se eu não tivesse a sensação agridoce que só seus beijos me proporcionam? Você é a coisinha esquisita que eu sempre quis achar mas nunca encontrei, que passou por mim dias a fio, meses e talvez anos, sem que eu pudesse ter a ideia minimamente sugestiva do cheiro doce que carregava por toda extensão de sua pele. Hoje eu achei que você não gostasse mais de mim porque eu tenho medo de que eu tenha que aprender passo a passo a me amar de novo pra nos oferecer o melhor de mim, mas eu prometo, minha pequena, que se você quiser ficar do meu lado, seja o tempo que for, eu me desenharei e me pintarei nas cores mais bonitas e frescas pra que você possa respirar carinho, docilidade, algumas lágrimas inevitáveis, mas uma boa doce de boas risadas também. E vê se acalma teu peito no meu, que eu não vim pra te pedir só pouco de abrigo, eu vim pra nos dar fortaleza pra enfrentar esse mundão que já nos maltrata tanto. Obrigada por esse mês de tantos aprendizados, de tanta paixão, de tanto desejo nu, cru, inteiro, e por que não: amor!

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